Os meios e o meio-ambiente: quem faz a massa crítica
Cobertura ambiental
Aquecimento global, fontes energéticas renováveis, biocombustíves, desenvolvimento sustentável. Esses temas ganharam de vez a atenção da mídia e a preocupação da sociedade, que cada vez mais se conscientiza do impacto negativo do homem no planeta Terra. Nos últimos anos, as catástrofes ambientais estão se tornando mais freqüentes e mais letais, dando provas contundentes de que a exploração predatória, se não for controlada, poderá vir a ser a causa da extinção da própria humanidade.
Tsunami, Katrina, ondas de calor na Europa, o aumento gradual das temperaturas do planeta, chuvas torrenciais – “que em um único dia derramam sobre cidades o volume esperado durante todo o mês e causam alagamentos, transbordamentos de rios e inundações em bairros inteiros” diz o noticiário da previsão do tempo. Cobertura que ganhou novos formatos e tempos estendido nos telejornais. O assunto desperta o interesse de um público, cada vez mais assustado com os fenômenos climáticos. O apuro na edição da passagem da repórter do Bom Dia Brasil é um exemplo dos novos “tempos”. Ao vivo, de algum ponto da cidade, ela dá a previsão do tempo para aquele dia, passa então para exibição de matérias de diferentes pontos do País e finaliza com a leitura clássica do tempo no mapa digital.
Questões Locais
Em Maceió, o qüiproquó em torno do esgotamento do lixão e da implantação do aterramento sanitário tem levantado sérios debates e enormes protestos. A capital cresceu geograficamente além do que seus próprios gestores poderiam imaginar. Novas ruas, loteamentos, conjuntos residenciais, crescimento vertical, expansão imobiliária na orla, aumento das fronteiras do Tabuleiro, Maceió está assistindo a um inchaço populacional, só comparável aos êxodos rurais provocados pela introdução das máquinas no campo no início do século passado. Junto com essas novas famílias, claro, há um volume maior de dejetos sendo produzido diariamente. E com isso a urgência de se encontrar uma solução sustentável a longo prazo para o manejo do lixo.
O esgotamento sanitário é outro problema histórico de Alagoas. O órgão “irresponsável” pela manutenção dos tubos e canais da rede de esgotos de Alagoas, Companhia de Saneamento de Alagoas, a Casal, é uma notória burladora da lei, exemplo de má fiscalização, e até conivência com práticas criminosas. Atualmente está respondendo a processo no Ministério Público Federal por ter liberado e inclusive executado ligações clandestinas em redes pluviais – mais barato que a construir a tubulação adequada, essas ligações são as grandes responsáveis pelo esgoto escoado nas praias, poluindo os mares e pondo em risco a saúde de banhistas.
“Onde intervêm o favor e as doações, abatem-se os obstáculos e desfazem-se as dificuldades.”
Miguel de Cervantes
Responsabilidade Social
Os jornais revelam que é tempo de abundância, países ricos e emergentes geram mais riqueza, acelerando a roda da economia mundial. A globalização da cultura, dos mercados, das empresas e de todos os aspectos que definem a vida moderna tem levado a um ciclo de crescimento e de circulação de capitais que não encontra limites ou oposições. Esta nova percepção despertou, em uma parcela da sociedade, a consciência da irracionalidade das desigualdades sociais. É hora de dividir o bolo e de fazer a diferença, dar uma contribuição para a construção de um mundo mais justo. O discurso da responsabilidade social caiu bem no gosto dos especialistas de marketing das empresas e, prontamente, diversas campanhas em prol da solidariedade e do desenvolvimento sustentável despontaram na comunicação publicitária.
“Visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Visão com ação pode mudar o mundo.”
Joel Barker
Pajuçara Social
Conscientes da importância do papel que tem o jornalismo de levar ao conhecimento público grandes questões que envolvem o desenvolvimento sustentável do estado em que atua, o Pajuçara Sistema de Comunicação levou além a esta missão e lançou o projeto Pajuçara Social.
Em 2005, um conjunto de funcionários voluntários criou o Comitê de Responsabilidade Social Empresarial com o objetivo de apoiar e promover ações voltadas para o desenvolvimento social e ambiental de comunidades carentes. Em um ano de trabalho, esse comitê elaborou um plano de ações e criou a marca social da empresa: o Pajuçara Social.
A iniciativa é inspirada nas oito metas do milênio estabelecidas em convenção da Organização das Nações Unidas: acabar com a fome e a miséria; educação básica e de qualidade para todos; igualdade entre sexos e valorização da mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a aids, a malária e outras doenças; qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento.
A principal missão do projeto consiste em disseminar uma cultura de atuação socialmente responsável, contribuindo para a identificação, implementação e disseminação de melhores práticas de responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.
Sustentada pelos pilares: cultura, meio ambiente, saúde, educação, o Pajuçara Social realizou várias ações nas comunidades vizinhas, como o Dia de Fazer a Diferença, Projeto Vida, sobre a importância da doação de órgãos, Atitude 103, Natal Solidário, quando se arrecadam alimentos, livros e brinquedos que são doados a crianças carentes do agreste alagoano, entre outras realizações das emissoras filiadas no interior.
Cultura Organizacional
A coleta seletiva, no entanto, é falha. Em raros pontos da empresa são encontrados lixeiros seletivos, discriminando o recipiente de papel, plástico e orgânicos. Na maioria dos corredores e salas, um único recipiente recebe todo tipo de lixo.
Internamente o setor de recursos humanos promove a campanha adote uma caneca, que incentiva seus colaboradores a substituírem os copos de plástico – que levam mais de 100 anos para se decompor – , por canecas pessoais, evitando assim o acúmulo de copos que são usados durante o dia. Há uma ampla adesão da equipe e as dezenas canecas de diferentes desenhos, cores e tamanho são encontradas espalhadas pelos armários.
Essas e outras iniciativas dão mostra da importância de se criar dentro da organização a cultura do uso racional dos recursos, da eliminação do desperdício, da minimização dos impactos ambientais na comunidade em que se situa. Uma preocupação com a sustentabilidade do desenvolvimento econômico, com a preservação das espécies, com o manejo dos resíduos da produção são valores que devem ultrapassar os slogans dos anúncios publicitários e ser, definitivamente, incorporados à filosofia da empresa.